Preste atenção neste relato.
Eu estava dormindo,eram 9 horas da manhã. Como todo dia,minha mãe veio me acordar,me chamando. Até aí estava tudo bem,mas não passava pela minha cabeça o quanto ia ser complicada aquela manhã de quarta-feira. Levantei com certa dificuldade,resultado típico da minha comodidade e preguiça. Como todo dia,ela reclamava de mim; E o pior é que o que ela falava era absolutamente certo. Não sei; mãe está certa em 99% das ocasiões,por mais que a gente queira duvidar. Logo que eu acordei,nós dois na cozinha tomando o café da manhã,visivelmente irritados com a situação. E,obedecendo ao estado psicológico dos dois,começam a surgir as verdades e argumentos 'trapaceiros' de ambos os lados,fazendo com que a situação piorasse. As mulheres têm um certo problema,que as afeta todo mês,e praticamente as destrói psicologicamente,todos aqui sabem do que estou falando. Portanto,aquele era um péssimo dia para "chamar pra briga".
Não entrarei em detalhes. Só sei que,enquanto ela reparava na minha má vontade com tudo,eu preferia reparar em como ela falava demais e aumentava tanto as coisas; o que não tinha muito a ver com a situação. O que eu fiz naquela manhã era realmente desnecessário,mas sei que sou orgulhoso e egoísta. Piorei completamente aquele momento. E ela,como estava muito pior que eu,psicologicamente falando,começou a 'surtar'. Gritar,jogar as coisas no chão. A coisa foi ficando cada vez pior. Eu,que odeio me irritar,achei que mais uma vez seria pouca coisa; logo saí da cozinha,e fui para o outro lado da casa,afim de esperar que as coisas se consertassem sozinhas. Apenas bebia o meu café,e ouvia sons vindos da cozinha,de vidros quebrando,portas batendo,entrelaçados com a voz de minha mãe,gritando e dizendo como sua vida era péssima.
Eu não posso contestar de maneira alguma,que o que ela faz pela família é realmente exaustivo. Ela realmente faz quase o impossível por todos nós. Sem pedir nada em troca. Mas,ela é um ser humano: uma hora também vai cansar. E estava cansando mesmo. Ela disse que queria sair de casa,que moraria sozinha,porque assim não teria estes problemas que a afligem agora. Eu ouvia e apenas pensava que era a ladainha de sempre.
Mas,dali a alguns segundos,predominou o silêncio e logo,soou uma frase,a qual eu jamais quero ouvir mais uma vez: 'talvez se eu morresse,seria melhor.'
Dito isso,ouvi passos até o quarto dos meus pais; local onde está escondido um revólver,calibre 38. E era exatamente este assassino objeto,o que ela procurava. A partir daí,nada mais teve importância pra mim,além de proteger minha mãe de sua própria fúria. Fui atrás dela,mas ela foi rápida,e trancou a porta do quarto antes que eu chegasse até ali. Gritei que,se ela fizesse alguma besteira,estaria ali eliminando duas vidas,e não uma só.
Foi o pior momento que já passei nessa minha vida,até agora. Foram vários minutos de silêncio,até eu começar a achar que ela pouco tinha ligado para o que eu falei. Nenhum sinal de vida. De repente,começou a me dar um desespero; Mas a minha covardia me impedia de tomar alguma atitude que impedisse que alguma merda acontecesse. Foram os piores minutos que eu passei durante essa minha vida.
Logo,depois de um grande tempo de silêncio - ao mesmo tempo que eu já estava vendo que minha vida não tinha mais sentido - Resolvi espiar o quarto onde minha mãe estava,pra ver o que tinha de diferente lá dentro. E,para o meu enorme alívio,lá dentro estava ela; lágrimas nos olhos,as quais me foram transmitidas,e eu voltei,mais calmo,para a cozinha. Logo depois ela saiu do quarto,mas sem me olhar no rosto,e ficou andando um pouco pela casa; felizmente as coisas foram se acertando calmamente. Eu me senti um inútil,e percebi que não podia mais deixar que situações como essa se repetissem.
Tomei uma bela consciência a respeito disso. Agora,eu tento ser um pouco mais compreensivo e empático com algumas pessoas mais próximas,sei que sou chato demais com elas. Mas,as coisas serão um pouco melhores.
O PsicoCrime foi criado como resultado de uma série de pensamentos,no dia em que ocorreu o caso citado acima.
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